Circuito Cultural Sarará promove shows, exposição e mostra de filmes
Com o tema "Protagonismo feminino", desdobramento do festival Sarará apresenta trabalhos de mulheres artistas, desta quarta (28/5) até segunda, no CCBB-BH
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Siga noDesdobramento do Festival Sarará, cuja 12ª edição foi realizada no último sábado (24/5), no Parque das Mangabeiras, o Circuito Cultural Sarará ocupa o CCBB-BH a partir desta quarta-feira (28/5) com apresentações musicais de cantoras e DJs, exposição de artes visuais, mostra de filmes e projeções mapeadas de VJs. Os shows e as exibições de curtas e longas-metragens acontecem no Teatro 2; a exposição, as projeções e os DJs ocupam o foyer. A programação segue até segunda (2/6).
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O Circuito Cultural Sarará nasceu do desejo da produtora A Macaco, responsável pela realização do festival, de ampliar seu raio de ação e diversificar suas frentes de atuação. Carol de Amar, que responde pela curadoria musical, explica que, no período da pós-pandemia, houve uma saturação de eventos muito parecidos entre si, fruto de uma demanda represada, e a ideia de desdobrar o festival vinha sendo gestada desde então.
“Ficamos incomodadas com aquela overdose de festivais, uma avalanche de movimentos similares, tanto na intenção quanto na programação, com os mesmos artistas, daí surgiu o desejo de proporcionar ao público viver experiências que não fossem limitadas ao evento em si ou só à música. O Circuito amplifica o conceito do festival, ocupando lugares da cidade e oferecendo outras formas de expressão artística que podem despertar o interesse de outros públicos”, afirma.
Exposição
A exposição “Sarararte” reúne as artistas Kakaw, Deusarita, Riot, Cecília Castanha, Fênix e Mari Flô, com uma obra de cada, criada especialmente para a ocasião. As projeções mapeadas ficam a cargo de Deise Oliveira (BH) e Carol Santana (RJ). A programação musical apresenta shows de Paige e Joyce Alane, hoje; e Nath Rodrigues e Bruna Black, na próxima segunda-feira, além das DJs Akila, Naroca, Bebela Dias, Black Josie, Pat Manoese e Kingdom – uma em cada dia do Circuito.
Com curadoria de Mariah Soares, o Cine Sarará exibe os curtas “Fartura” (Yasmin Thayná), “Mãtãnãg, a encantada” (Shawara Maxakali e Charles Bicalho), “Peixe” (Yasmin Guimarães), “Sem coração” (Nara Normande) e “O voo” (Manoela Ziggiati), e também os longas “Que horas ela volta?” (Anna Muylaert), “Levante” (Lillah Halla) e “A cidade onde envelheço” (Marília Rocha). A programação composta estritamente por mulheres se alinha ao tema desta primeira edição do Circuito: “Protagonismo feminino”.
Diretora-executiva do Festival Sarará e sócia-fundadora da produtora A Macaco, Bell Magalhães chama a atenção para o fato de se tratar de uma empresa formada 99% por mulheres. “Nada melhor, mais justo e mais bonito do que exaltar as mulheres que estão à frente desses fazeres artísticos, que têm um olhar apurado sobre seus campos de atuação. Essa temática que adotamos para inaugurar o Circuito Cultural Sarará é para fazer a roda girar”, diz.
Abrir espaços
Carol de Amar, também sócia-fundadora da produtora, diz que o ponto de partida para a montagem da programação foi ter um elenco 100% feminino. “Temos a consciência de que se hoje ocupamos os lugares que temos ocupado é porque antes alguma outra mulher abriu esse espaço, então é nossa obrigação fazer com que essa engrenagem continue funcionando. Toda a programação foi pensada para exaltar e fazer com que essas artistas ocuem esse lugar conosco”, comenta.
Ela diz que outros critérios orientaram o convite às participantes do Circuito, como o desejo de contemplar artistas locais, sem, no entanto, deixar de lado as possibilidades de conexões e intercâmbios com criadoras de outras regiões do país. Responsável pela curadoria da exposição “Sarararte”, Gabriela Souza reforça esse direcionamento que partiu de Bell Magalhães, de compor a programação exclusivamente com mulheres.
“Já pratico isso em outras curadorias que faço. Procurei diversificar, chamando artistas experientes, como Kakaw, Fênix e Riot, e outras que estão começando, como Deusarita e Cecília Castanha, que são estudantes da UFMG, além de dar espaço para a representação trans, com a Mari Flô. A figura da mulher é muito presente no trabalho de todas elas, que são de diferentes regiões de Belo Horizonte. Esses também são pontos que orientaram o convite a essas artistas”, afirma.
Foco nas crianças
O Sararazinho, voltado ao público infantil, com atrações de música e teatro, será realizado no dia 27 de setembro, no Parque Municipal. “Ele chega como um outro braço do Sarará, para trabalharmos com a molecada, para que crianças e pais se divirtam de uma forma leve e que possam, também, se conscientizar através da arte, para que transformemos o mundo num lugar mais legal de se viver, respeitando a diversidade, porque a ideia é que o Sararazinho também seja um festival plural, diverso, colorido”, diz Bell Magalhães.
CIRCUITO CULTURAL SARARÁ
A partir desta quarta-feira (28/5) até (2/6), no CCBB-BH (Praça da Liberdade, 450, Funcionários). Entrada gratuita mediante retirada de ingressos, para os shows e sessões de cinema, na bilheteria ou no site do centro cultural, onde está disponível a programação completa.