Banda Fructus da Terra lança single autoral no Teatro Marília, no domingo
Grupo criado na década de 1970 apresentará a inédita canção "Clara sede d'água", além de outras músicas que ficaram conhecidas na noite de BH
compartilhe
Siga noCriado na década de 1970, o grupo mineiro Fructus da Terra está de volta aos palcos e faz única apresentação neste domingo (6/4), às 19h, no Teatro Marília, quando lança o single autoral "Clara sede d'água". Originalmente, a banda era formada por Beto Lopes (guitarra, violão e voz), Rômulo Marques (baixo e voz), Neo Andrade (craviola, violão e voz) e Alexandre Sá (bateria), que depois foi substituído por Lincoln Cheib, baterista que acompanhou Milton Nascimento por quase 30 anos e agora está de volta ao grupo.
Inédita, a canção “Clara sede d'água” será apresentada no show junto do repertório composto por canções autorais, gravadas no CD que levava o mesmo nome do grupo, lançado em 2015, além de músicas que ficaram conhecidas na noite de BH, como “Terno e gravata” e “Vai valer”, entre outras.
“Para essa apresentação, o Fructus da Terra contará com a participação do tecladista Leo Saldanha, que também é de Pitangui (MG), além de canjas do meu irmão Wilson Lopes (guitarra), que tocará conosco uma música minha e de Murilo Antunes, chamada 'Nem nada', mais o cantor Serginho Marques (voz) e Matias Ribeiro (violão), filho de Rômulo”, revela Beto Lopes.
Leia Mais
Ele conta que tinha 13 anos quando o grupo foi fundado – os outros integrantes estavam na faixa dos 12. “Posso falar que foi a minha primeira banda, embora já tivesse um trio antes, porém, este não chegou a fazer shows. Naquela época, eu já tocava em casamentos e festas em geral. Formado o Fructus da Terra, continuamos tocando, e depois da saída de Alexandre Sá, entrou Lincoln Cheib em seu lugar. Chegamos até a gravar uma fita demo na Bemol, mas ela se perdeu", conta Beto.
Com Bituca
O músico relembra que conheceu Milton Nascimento mesmo antes do irmão Wilson e do baterista Lincoln Cheib, que tocaram com o cantor por muitos anos. Ele conta que tocou com Bituca em eventos como o Heineken Concert, em 1992, realizado no Rio de Janeiro e São Paulo.
"Posteriormente, fizemos a turnê 'Tarde', com três violões, eu, ele e Wilson Lopes. Mais tarde, toquei com ele na turnê 'Semente da Terra'. Lembro quando levei Bituca até o Belas Artes, local onde a gente tocava. Foi lá que ele observou e gostou do trabalho do Lincoln e o convidou para tocar em sua banda."
Beto conta que o Fructus continuou fazendo shows até que, em 1986, Rômulo se mudou para Paris, o que decretou não o fim do grupo, porém, uma grande pausa. “Mas, vez por outra, a gente se encontrava, quando Rômulo vinha para BH. Aconteceu que entrei para a carreira solo e gravei o 'Rua Um (1989) e, depois, o 'Miragem' (2003), e Neo seguiu fazendo outras coisas. Depois, quando Rômulo vinha, a gente se juntava, compunha e fazia shows. Agora vamos fazer essa apresentação no domingo, no Teatro Marília, com a expectativa de fazer um show maravilhoso e grande", acredita o músico.
Músicas autorais
O repertório deste domingo será autoral em sua maioria. “As únicas músicas que não foram compostas pelo grupo são 'Nem nada' (Beto Lopes e Murilo Antunes) e 'Rua Um' (Beto Lopes), que deu nome ao meu disco. O Rômulo também tocará uma dele. Vamos aproveitar o show para fazer o lançamento do nosso single “Clara sede d'água”, que é uma música daquela época e muito legal, por sinal. Em 2015, lançamos o CD 'Fructus da Terra' somente com músicas autorais e vamos apresentar algumas canções dele no show”, acrescenta.
Beto explica que Rômulo continua com a sua carreira solo em Paris. Porém, garante que, com o lançamento do single e a gravação do show de domingo, a turma está animada, disposta a continuar com a banda.
“Queremos continuar, sim, é um desejo de todos, que estão entusiasmados. Estamos ensaiando bastante para o show, que está muito bonito. A nossa ideia agora é fazer a apresentação, filmar, fazer shows, gravar mais um single e, quem sabe, mais um álbum. Já temos várias músicas novas prontas. Porém, no show vamos tocar mais as músicas antigas, além de algumas recentes com arranjos novos feitos por mim, Rômulo e Neo.”
O autor de "Rua Um" ressalta que outra coisa bacana que acontece no grupo é o fato dos três darem palpites nos arranjos, sem que haja confusão.
"Todos aceitam as opções de cada um com tranquilidade. Assim, os arranjos acabam se tornando coletivos, o que é muito legal”, afirma Beto. O músico explica que as músicas novas seguem o mesmo caminho das anteriores, ou seja, são composições que unem a poética das letras às tradicionais harmonias da música mineira.
“Inclusive, houve algo interessante com uma das músicas mais recente que fizemos”, diz o artista. “Aconteceu que Rômulo me mostrou uma letra que falava de uma menina que ele viu ando pela rua e me pediu para fazer a melodia com a harmonia. Porém, Neo tinha voltado do banheiro e eu fui logo em seguida, portanto, ele não chegou a ouvir a minha melodia. Aconteceu que Rômulo o pediu também para fazer outra melodia, e o mais interessante foi que ele fez a mesma coisa que eu já havia feito, ou seja, a mesma melodia, isso, mesmo a gente não estando perto. Incrível. Somos muito ligados, o que é muito legal”, acrescenta.
"Tem outra música nossa que se chama 'Luzes dessa cidade', que será o nosso próximo single. Também aconteceu algo interessante com ela: eu e Neo estávamos em uma casa, no Bairro Gutierrez, na qual o grande pianista Wagner Tiso também estava. Mostramos a música para ele, que adorou e até brincou conosco dizendo: 'Essa aí eu compro'. Isso vindo dele é sensacional, sinal de que é realmente muito boa. E, claro, ela será o nosso próximo single”, avisa o guitarrista.
FRUCTUS DA TERRA
Show neste domingo (6/4), às 19h, no Teatro Marília (Avenida Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia). Lançamento do single “Clara sede d'água”. Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada), à venda na plataforma Sympla.
OUTRO SHOW
>>> CORAÇÃO TAMBOR
As cantoras e compositoras Manu Dias e Beth Leivas se apresentam neste sábado (5/4), às 20h, no Teatro Marília (Avenida Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia). O show “Coração tambor” celebra a fé, a música e a conexão ancestral, homenageando a natureza e a força espiritual que guia caboclos e espíritos indígenas brasileiros, cultuados na umbanda e no candomblé. O repertório traz canções autorais, sambas e clássicos da MPB. Ingressos a R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada), à venda na plataforma Sympla. Informações: (31) 3277-6319.