Cantora Sônia Andrade sobe ao palco para defender legado de Carmen Miranda
Mineira apresenta musical dedicado à 'Brazilian Bombshell' nesta quinta (20/2), em BH, com entrada franca. Repertório reúne clássicos da música brasileira
compartilhe
Siga no
Depois de dedicar um espetáculo a Edith Piaf (1915-1963), ícone da canção sa, Sônia Andrade apresenta “Taí! Carmen Miranda”, chamando a atenção para a estrela que saiu do Brasil para conquistar Hollywood (e o mundo) nos anos 1940.
O musical estará em cartaz nesta quinta-feira (20/2), às 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec, com direção e arranjos de Gustavo Figueiredo. No sábado (22/2), ele será apresentado em Brumadinho.
Leia Mais
O repertório reúne vários clássicos de Carmen, como “Disseram que voltei americanizada”, “South american way”, “O que é que a baiana tem”, “Chica Chica boom”, “Eu dei”, “Tico-tico no fubá” e “Taí”. A banda de Sônia reúne Gustavo Figueiredo (piano), Serginho Silva (percussão), Warley Mascarenhas Figueiredo (violão) e Flávio Lana (flauta e sax).
“O musical é a minha versão da Carmen, que era única e, portanto, não há como imitá-la. Foi difícil escolher o repertório, porque só tem música legal. Havia muita coisa em inglês, mas eu queria em português, visando ao que ficou na memória das pessoas”, afirma Sônia.
“Quero mostrar para alguns jovens que estão escutando coisas que não têm nada a ver que é possível divertir com músicas boas, bem construídas”, diz a cantora.
'Alvorada', a supresa da noite
A artista mineira selecionou 16 entre 300 canções de Carmen Miranda. “Foi difícil fazer essa escolha. Há várias músicas que muita gente conhece, porém não sabe que Carmen as lançou, como é o caso de 'Balancê' e 'Camisa listrada'. Há uma incrível, chamada 'Alvorada', da qual eu nunca havia ouvido falar. É um samba quase escola, um samba-enredo, vamos assim dizer.”
De acordo com ela, o diretor musical Gustavo Figueiredo foi fundamental para a concepção do espetáculo. “Trouxemos modernidade para o repertório, que foi rearranjado por ele de uma forma diferente, muito legal”, comenta. A sonoridade se baseia em violão, teclados, baixo, percussão, flauta e saxofone.
“Os meninos cantam comigo algumas músicas que pedem voz masculina. O espetáculo está bem gostoso, divertido, e estou curtindo muito fazê-lo”, conta Sônia, informando que conseguiu viabilizá-lo por meio da Lei Paulo Gustavo. Em 2024, ela levou o show para Conceição do Mato Dentro, Divinópolis e Ouro Preto. No próximo sábado (22/2), vai se apresentar em Brumadinho.
Machismo
Sônia Andrade diz que Carmen Miranda foi mulher à frente do seu tempo. “Ela viveu em um mundo completamente machista. Hoje ainda é, mas antes era pior. Tenho essas coisas comigo, pois fiz a Edith Piaf, que também sofreu muito e era extraordinária. Então, vamos trazer a Carmen de volta e fazer a alegria do povo.”
Carmen Miranda, a “Brazilian Bombshell”, nasceu em Marco de Canaveses, em Portugal, em 9 de fevereiro de 1909. Mudou-se para o Brasil com menos de 1 ano e fez carreira no rádio, nos palcos e no cinema.
Em 1939, ela se mudou para os Estados Unidos e brilhou na Broadway e palcos americanos. Tornou-se estrela latino-americana dos filmes da 20th Century-Fox.
Carmen morreu em 5 de agosto de 1955, em Beverly Hills, de ataque cardíaco. Tinha 46 anos. Cerca de 500 mil pessoas acompanharam o cortejo fúnebre da artista no Rio de Janeiro.
“TAÍ! CARMEN MIRANDA POR SÔNIA ANDRADE”
Nesta quinta-feira (20/2), às 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Praça Sete, Centro), com entrada franca. Ingressos devem ser retirados na plataforma Eventim. Sábado (22/2), às 20h, no Teatro Municipal Nicodemus da Cunha, em Brumadinho, com entrada franca.