Veja longas latino-americanos que levaram Oscar de Filme Internacional
Em 68 anos desde a criação da categoria no prêmio, quatro longas latino-americanos conquistaram a estatueta. Confira quais são eles
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Siga noA premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, o Oscar, teve a primeira edição em maio de 1929, com apenas filmes em língua inglesa. A partir de 1948, a cerimônia começou a entregar estatuetas honorárias a filmes integralmente falados em outros idiomas.
Esses longas não participavam de categorias competitivas e também não podiam contar com a distribuição dos prêmios – em 1954, por exemplo, nenhuma estatueta honorária foi entregue. A premiação regular para Melhor Filme Internacional foi criada somente no Oscar de 1957.
Nesses 68 anos, 29 filmes produzidos em países latino-americanos foram indicados – incluindo o recente longa brasileiro “Ainda estou aqui”, de Walter Salles. No entanto, apenas quatro indicados foram premiados como Melhor Filme Internacional.
Confira a lista dos filmes latino-americanos vencedores da categoria:
A história oficial (1985)
Quinze anos após a indicação do primeiro filme latino-americano à categoria, em 1960, o longa argentino, dirigido por Luis Puenzo, foi o primeiro a vencer o Oscar de Melhor Filme Internacional, na edição de 1986.
Situada em Buenos Aires, na década de 1980, a narrativa aborda um cenário de recuperação da ditadura militar do país, que terminou em 1983. Alícia (Norma Aleandro) é uma professora de história que ignora as consequências do governo autoritário na sociedade. No entanto, quando a amiga Ana (Chunchuna Villafañe), ex-presa política, retorna do exílio, a protagonista começa a desconfiar que os pais biológicos de sua filha adotada, trazida para casa pelo marido, foram vítimas do regime ditatorial.
Não está disponível em plataformas de streaming.
O segredo dos seus olhos (2009)
Dirigido por Juan José Camla e estrelado por Ricardo Darín, o longa é o sexto representante da Argentina na categoria. Na trama, Benjamin Esposito, oficial de Justiça recém-aposentado interpretado por Darín, decide esvaziar a mente escrevendo um romance sobre um caso de assassinato que testemunhou em 1974.
A literatura deveria ser um refúgio para o caso não finalizado. No entanto, no período da escrita, o investigador conhece Ricardo Morales (Pablo Rago), marido da jovem assassinada, e se vê tentando resolver o homicídio mais uma vez. Venceu o Oscar da Melhor Filme Internacional em 2010.
Disponível no Prime Video.
Uma mulher fantástica (2017)
Segundo representante do Chile na categoria de Melhor Filme Internacional – “No”, de Pablo Larraín, disputou o troféu em 2012, mas perdeu para o austríaco “Amor” (Michael Haneke) – “Uma mulher fantástica” conta a história de Marina, garçonete trans que precisa enfrentar os parentes do ex-namorado após sua morte.
Vencedor da categoria em 2018, o filme é estrelado pela atriz Daniela Vega e recebeu os troféus de Melhor Roteiro, Melhor Filme pelo Júri Ecumênico e o prêmio Teddy (destinado a filmes com temática LGBT+) no Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Disponível na Netflix.
Roma (2018)
Na Cidade do México, em 1970, Cleo (Yalitza Aparicio) é uma empregada doméstica e babá dos filhos de uma família de classe média alta. Dirigido por Alfonso Cuarón, o filme é marcado por contrastes sociais e retrata os dramas de Cleo, grávida de um homem que a abandonou, e da patroa Sofia (Marina de Tavira), também deixada pelo marido.
Feito em preto e branco, a obra mexicana foi a primeira produção da Netflix a levar um Oscar. Além da estatueta de Melhor Filme Internacional em 2019, o longa garantiu o prêmio de Melhor Direção, pelo trabalho de Cuarón.
Disponível na Netflix.
*Estagiárias sob supervisão do subeditor Thiago Prata