"Constelação" tem trama eletrizante em torno de acidente no espaço
Série de ficção científica que estreou na Apple TV+ acompanha astronauta que tenta compreender um evento misterioso ocorrido com ela na estação espacial
Jornalista com 25 anos de experiência em cobertura cultural. No Estado de Minas, repórter de Cultura. Graduada em Jornalismo pela Puc-Minas e pós-graduada em Produção e Projetos Culturais pelo IEC-Puc Minas.
A atriz sueca Noomi Rapace interpreta a protagonista Jo Ericsson, que se vê sem apoio e em perigo quando retorna à Terra crédito: APPLE/DIVULGAÇÃO
Ninguém deve voltar o mesmo depois de uma incursão ao espaço. “Constelação”, nova produção de ficção científica da Apple TV+, parte deste pressuposto para criar uma narrativa pesada, com uma boa dose de terror psicológico. Com quatro dos oito episódios já disponíveis, a série vai se descortinando aos poucos – somente após assistir aos três primeiros temos uma ideia do que está por vir.
Noomi Rapace é a astronauta Jo Ericsson. Na sequência de abertura, ela está bem longe do espaço. Em um rincão gelado da Suécia, a vemos no carro com a filha, Alice (as irmãs Rosie e Davina Coleman). A menina está assustada e a situação não melhora quando a mãe a leva para uma cabana estranha.
Jo está agitada e fica reproduzindo uma gravação de algo que aconteceu no espaço. Pouco depois, a ação retrocede cinco semanas. Jo é integrante de uma equipe de cinco astronautas da Estação Espacial Internacional. Quando ela está numa videoconferência com o marido, Magnus (James D’Arcy), e Alice, as coisas começam a acontecer.
A colisão de um objeto com a estação fere gravemente o chefe da expedição, o americano Paul Lancaster (William Catlett). A comunicação com o solo é cortada. Duas colegas ficam responsáveis por salvar o comandante. A Jo cabe tentar entender o que atingiu a estação – e o que ela enxerga não tem nada a ver com detrito cósmico. Em breve, ela estará sozinha em uma cápsula de fuga, com pequena probabilidade de sobreviver no retorno à Terra.
Mas ela sobrevive, claro, pois é disto que a história trata. E é a partir daí que conhecemos as demais partes envolvidas no mistério. O mais enigmático é Henry Caldera (Jonathan Banks, o famigerado Mike de “Breaking bad”, aqui se reencontrando com Michelle MacLaren, que dirigiu vários episódios da série de Vince Gilligan e assina os dois primeiros de “Constelação”).
Caldera é um físico americano que ganhou o Nobel no início dos anos 1980 e confiou a Paul o trabalho de sua vida: uma pesquisa que está prestes a descobrir um novo estado de matéria que só pode existir em gravidade zero. Quando o objeto atinge a estação, toda a pesquisa pode se perder – Caldera quer os dados de qualquer maneira.
Na audiência para prestar contas do que ocorreu, Jo se vê sozinha. Seus colegas não viram o que ela afirma ter enxergado em sua caminhada espacial. A superior russa, Irene Lysenko (Barbara Sukowa, musa do cineasta Rainer Werner Fassbinder), insiste que o que ela viu foi detrito – caso isto se confirme, quem terá que arcar com os prejuízo no reparo da estação serão os EUA, e não a Rússia.
O ime entre as agências espaciais é fichinha perto de como Jo se sente. Ela tem a sensação de que não é mais quem era. Não só vê, como ouve coisas. Seu carro não é da cor de que ela se lembrava. A filha não fala mais sueco, como ela lhe ensinou.
As pílulas vermelhas e amarelas que Jo se vê obrigada a tomar não parecem ajudar em nada. O mesmo medicamento é ingerido pelos veteranos Caldera e Lysenko. As respostas para o que está acontecendo – e também para o ado das missões espaciais – vem lentamente. Mas valem a jornada.
“ CONSTELAÇÃO” Série em oito episódios. Os quatro primeiros estão disponíveis. Novos episódios às quartas.