
Carlinhos Brown levantou a plateia em dois shows no Palácio das Artes
No fim de semana, músico baiano cantou sucessos de sua carreira acompanhado pela Orquestra Ouro Preto
Mais lidas
compartilhe
SIGA NO

Um dos nomes mais importantes da axé music, que completou 40 anos agora em 2025, Carlinhos Brown está com tudo e não está prosa. Ao lado da Orquestra Ouro Preto, o baiano lotou duas noites no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. Foi uma festa para os fãs do músico, que distribuiu rosas vermelhas e brancas, circulou entre os corredores da plateia e contou histórias. “Vocês são muito carnavalescos”, afirmou, ao avisar que iria beber água. Foi a deixa para um folião animado “puxar” os primeiros versos de “Água mineral”, sucesso carnavalesco de Brown que não estava entre as 18 canções do roteiro de sexta-feira e sábado (2 e 3/5).
• AMOR I LOVE YOU
Muito mais que carnavalesca, a plateia se mostrou completamente apaixonada pelo baiano. “Eu te amo, Carlinhos”, gritou a mulher no primeiro setor. Educado, ele respondeu: “Eu também te amo. Que presença boa a sua aqui!”. Depois de cantar “Amor I love you”, confessou-se percussionista apaixonado por música romântica. Brincou ainda com o fato de muitas canções compostas por ele terem autoria creditada a outros artistas. “Tudo em que Marisa (Monte) põe voz, fica autoral. Por mais que eu seja o autor, a voz dela deixa a certeza”, observou, bem-humorado, antes de cantar “Maria de verdade”, que
dedicou a Marisa e à plateia. Esta música foi gravada por Marisa Monte no álbum “Verde, anil, amarelo, cor-de-rosa e carvão” (1994).
Leia Mais
• CESTA BÁSICA
De seu primeiro disco, “Alfagamabetizado” (1996), Carlinhos Brown e a Orquestra Ouro Preto, apresentaram “Frases ventias”. O percussionista contou que a canção nasceu durante a visita que ele e sua companheira à época fizeram a uma região muito pobre para doação de brinquedos. À beira de um rio “com água cor de cobre”, o casal se deparou com uma senhora lavando as. “'Como consegue deixá-las todas tão brilhantes?', perguntei. E ela respondeu: 'Lavando'”, relembrou Brown, divertindo a plateia. “Mas que bom se eu tivesse algo para colocar dentro”, acrescentou a mulher. “Voltamos para a cidade, compramos cesta básica e doamos a ela. Quando chegou a noite, a música começou a bater na minha cabeça. Acordei, fiz e entrou no 'Alfagamabetizado', mas ela é a autora da música”, completou.
- O dia em que fui 'cobaia' no palco do Grupo Galpão
- Espectadores vivem experiência inesquecível ao dividir o palco com o Grupo Galpão
• FLORES
Entre as homenagens, Brown lembrou os conterrâneos Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil, que surgiram em linda foto exibida no fundo do palco. “Milton (Nascimento) e eles são
parentes”, disse, emocionado. Para fãs do gargarejo, a grande emoção foi o “momento Roberto Carlos”, quando Carlinhos distribuiu rosas para a plateia.
• BLACK STAR
Depois de circular pelos corredores do teatro, onde fez a alegria dos fãs, Carlinhos Brown voltou ao palco e se surpreendeu com a presença na plateia de um velho companheiro, o rapper mineiro Renegado. “Como vão as coisas?”, quis saber. “Meu irmão, meu amigo, nos presenteie com seus versos lindos”, pediu Brown. E foi presenteado com “Black star”, canção do disco “Outono selvagem”, lançado pelo amigo em 2016.
•••
A amizade dos dois começou há alguns anos, naquele mesmo palco do Palácio das Artes, onde Brown convidou o mineiro para dois shows no Museu do Ritmo, em Salvador, e apresentações no Camarote Andante, que comandava na Bahia. “Que encontro este de Carlinhos com a Orquestra Ouro Preto! Saí de lá embevecido com tanta musicalidade. Sabia que não seria diferente, mas confesso que fiquei surpreso”, elogiou Renegado.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.