

Morte de fotógrafo causa pesar e emociona amigos e colegas
Daniel Mansur era reconhecido por projetos para arquitetura, moda e indústria. Coluna publica depoimentos de quem trabalhou com ele
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Daniel Mansur, que morreu no último domingo (16/2), vítima de câncer, era reconhecido por projetos para arquitetura, moda e indústria. A coluna publica depoimentos de quem trabalhou com o fotógrafo. Generosidade, sensibilidade e competência se destacam nos textos.
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• O ADEUS AO AMIGO COM 'A' MAIÚSCULO
“Daniel é um amigo do coração. Fiquei muito triste com a partida dele, que conheci nos anos 1980. Começamos juntos a vida de fotógrafos. Primeiro, como laboratório preto e branco debaixo da escada da casa da mãe dele. Daí a montar um estúdio, a Versão Brasileira, foi um momento de muito aprendizado junto com ele. Fotografamos de tudo, desde banda de rock a cavalo campolina, ando por rolo de arame farpado da Belgo Mineira. Fotojornalismo, foto de arquitetura, foto de moda. O Dani foi um parceiro incrível. Apesar de termos olhares um pouco diferentes e atitudes na vida também um pouco diferentes, sempre fomos muito amigos, muito respeitosos. Daniel foi uma das pessoas mais generosas que conheci na vida. Mesmo tendo seguido carreira distintas, sempre nos falávamos, sempre mantivemos contato com muito carinho e generosidade. Um amigo com 'A' maiúsculo.”
Cao Guimarães, cineasta
• A MESMA LÍNGUA
“Desde minha graduação em arquitetura, trabalho também com o design de mobiliário, e isso começou há mais de 40 anos, precisava muito de um fotógrafo competente. Acabei chegando ao Daniel por indicação de amigos. Mais de 30 anos se aram de muito trabalho, e a amizade foi se somando à atividade profissional. Daniel foi um grande fotógrafo e um amigo precioso. Era rigoroso, as fotografias impecáveis. Um artista. Falávamos a mesma língua. Não era preciso dizer muito e ele já compreendia tudo. Sentirei sua falta imensamente.”
Porfírio Valadares, arquiteto e designer
• TODO AZUL
“Falar sobre o olhar do Daniel neste momento seria reafirmar o inquestionável. O que fica para mim é sua vontade de fazer sempre o melhor, com a melhor disposição do mundo. Trabalhamos juntos por mais de 10 anos, e nunca ouvi dele um 'isso não tem jeito'. Muito pelo contrário: ele sempre encontrava um caminho para capturar a cena que havíamos imaginado juntos para os projetos da Greco. Nas últimas semanas, compramos um quadro dele, todo azul, para a entrada do escritório. Todos que am por aqui são recebidos pelo seu olhar – profundo como o tom que ele escolheu para essa imagem.”
Gustavo Greco, designer
• MAESTRO
“Um dia me deparei com o registro de um caminho na parede ('Caminho' era o nome da exposição, no Ponteio, e a foto do convite era a de um caminho no meio de uma vegetação). Era uma foto do Daniel. Sem saber, esse seria o começo de uma parceria, de uma amizade e da sorte de desfrutar da sensibilidade de seu olhar no nosso dia a dia. Daniel transitava com domínio das luzes desde as séries abstratas, ando pelas paisagens, pelos produtos. Seus trabalhos de paisagem nos convidavam a entrar, a fazer parte deles pelo grau de profundidade que ele alcançava. Era um maestro incansável e que em vários momentos ele mesmo se fundia à luz, e naturalmente como os maestros de excelência, ele se fez luz.”
Marcela Bartolomeo, galerista
• LEGADO
“Daniel foi um parceiro querido, uma alma elegante, que acompanhou minha carreira no design desde o meu móvel número 1 até a minha última criação, que ele fotografou semanas atrás, colocando toda a sua alma, como sempre fazia. Os grandes nos abandonam cedo, deixam um legado e vão espalhar luz por onde arem.”
Juliana Vasconcellos, arquiteta e designer
• PROFUNDA IRAÇÃO
“Daniel Mansur foi um fotógrafo de olhar sensível para a arte, digno de uma exposição na galeria da última Casa Cor, onde teve uma repercussão extraordinária. Sua coleção despertou grande interesse na comunidade de arquitetos e foi amplamente incorporada aos projetos. Ao longo de sua trajetória, registrou com maestria o mobiliário de diversos designers, eternizando suas criações. Uma pessoa doce e alegre, que deixa saudades e profunda iração.”
Eduardo Faleiro, diretor da Casa Cor Minas