Anna Marina
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ANNA MARINA

Quando o médico é um grande amigo

A visita do doutor Caixeta foi transmissão de pensamento. Como estava difícil para mim ir até o consultório, ele apareceu em minha casa

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Penso, às vezes, que meu pai, médico, percebe minha angústia e acha um jeito, lá em cima, de me socorrer. ei a última semana num suplício só, dor no corpo todo, principalmente nas pernas, não dava nem para andar. Imaginei aguentar até segunda-feira para telefonar para o meu médico de mais de 40 anos, que me foi sugerido por um primo-irmão, Márcio de Castro Silva. Fazia um frio danado quando a campainha tocou. E quem estava lá? Minha salvação, o doutor Walter Caixeta. Me encontrou na cama, coberta até o pescoço.

Ele havia saído do consultório e, como achou que eu estava sumida, resolveu dar uma ada em minha casa para saber como estava. Esta é a riqueza de minha vida: se sumi do consultório, o médico trata de ir à minha casa avaliar o meu estado.

Como ainda sou cadeirante, achei que não valia a pena ir ao consultório. Não tenho coragem de pedir para eles me atenderem em casa – tão ocupados que sempre são. Pelo menos esta vantagem eu tenho: não corro de um médico para outro em busca de novidade. E olhe que tenho alguns médicos em minha família.

O doutor Walter Caixeta me atende esse tempo todo, tenho a maior confiança nele. Já se transformou em muito mais que médico, é um grande amigo que tenho.

Sua visita foi transmissão de pensamento. Como estava difícil ir até o consultório, ele apareceu em minha casa. Fiquei feliz e aliviada por não ter de ir até lá em cadeira de rodas.

A fidelidade com os médicos tem essa vantagem: quando sumo, eles aparecem. Não sei se meu pai – que não conheci, pois quando morreu eu tinha pouco mais de 2 anos – toma conta de mim, do outro lado da vida. Só sei que os médicos são sempre prontos a me atender.

Nenhum me esconde nada. Quando tive câncer pela segunda vez, o médico que me atendeu no hospital não queria dar a notícia. Minha irmã disse a ele que podia falar, eu gostaria mais e levaria mais em consideração. Ele acabou me contando, fiquei bem calma, tratei e sarei.

Tratei tanto que, no meio do tratamento, achei que já era o bastante e parei. O doutor ficou de cabelo em pé. Disse a ele que me responsabilizava pelo resultado, preferia morrer de câncer a prosseguir com aquele chatíssimo tratamento.

Enquanto isso, continuo aqui, firme, para receber a visita carinhosa do doutor Caixeta, que, a essa altura dos acontecimentos, já faz parte da família.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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