

Mau hálito afeta 50 milhões de brasileiros. Saiba com tratar o problema
Mais de 90% dos casos têm origem na boca, mas a halitose pode ter causas inesperadas como infecções respiratórias e dietas radicais
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O mau hálito, ou halitose, afeta uma parte significativa da população mundial e pode ser um grande obstáculo na vida social e profissional. Segundo a Associação Brasileira de Halitose (ABHA), cerca de 50 milhões de brasileiros convivem com o problema. Além dos fatores mais conhecidos, como a má higiene bucal e o consumo de alimentos como alho e cebola, existem muitas outras causas surpreendentes que muitas vezes am despercebidas.
A odontopediatra Gabriela Schneider, cofundadora da Carbon Smile, explica que “mais de 90% dos casos de mau hálito têm origem na boca, por fatores como cáries, raízes residuais e saburra lingual, que é uma placa bacteriana no dorso da língua”. Mas ressalta que existem outras causas inesperadas, como a anatomia das amígdalas.
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“As amígdalas cavernosas, por exemplo, possuem reentrâncias onde resíduos alimentares ficam presos, formando placas chamadas de cáseos, que têm um odor extremamente desagradável. Muitos pacientes mantêm uma higiene bucal adequada e não entendem por que ainda têm mau hálito”, relata.
Estudo da ABHA revelou que 87% dos brasileiros conhecem alguém que sofre com mau hálito, e 64% acreditam que a escovação adequada e o uso de fio dental são as melhores soluções. Contudo, a halitose pode ser causada por condições que vão além da cavidade oral.
Um dos fatores menos conhecidos é a xerostomia, conhecida como boca seca. De acordo com Gabriela, “medicamentos para ansiedade reduzem o fluxo salivar, e isso pode causar mau hálito. A falta de saliva permite a fermentação de bactérias, causando inflamações gengivais e agravando a halitose”.
Outro fator é o impacto das infecções respiratórias, como sinusites e rinites, na halitose. “Essas condições geram a produção de muco nas agens nasais, que muitas vezes desce em direção à faringe. Esse muco tem um odor muito semelhante ao das bactérias da cavidade bucal, causando mau hálito mesmo após o tratamento da infecção”, explica Gabriela.
O consumo de álcool também pode ser um fator. “Os enxaguantes bucais com álcool ressecam a mucosa oral, o que a torna mais suscetível a inflamações. Embora tragam uma sensação de frescor momentânea, o ressecamento pode piorar o mau hálito”, adverte.
Regimes radicais ou low carb ou longos períodos de jejum intermitente fazem o corpo liberar cetonas, substâncias químicas que são exaladas pela respiração e que podem causar um odor desagradável.
Gabriela destaca que, para prevenir o mau hálito, “o básico é essencial: escovação adequada, uso de fio dental e limpeza da língua, além de uma hidratação regular e o consumo de uma dieta saudável”. Ela conclui afirmando que a educação e a conscientização sobre a halitose são fundamentais para ajudar os pacientes a identificar e tratar o problema.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.