Em um dos primeiros registros literários sobre a culinária mineira, Feijão, angu e couve – Ensaio sobre a comida dos mineiros, Eduardo Frieiro conta como saímos de um estado em que havia escassez de alimentos para alçar o status de uma das cozinhas mais apreciadas do país. Ele aborda o período que começa em fins do século 17, com o Ciclo do Ouro, e vai até o início do século 20, com a transferência da capital de Ouro Preto para Belo Horizonte, quando a mesa mineira já se tornava referência não só em pratos típicos, como tutu e feijão-tropeiro, quanto na produção e consumo de queijo, café e carne de porco. Sim, Minas Gerais é um prato cheio de história, sabores, identidade gastronômica, numa trajetória secular e em pleno desenvolvimento.
Também debruçou sobre a forma como a culinária regional interfere na construção da identidade dos mineiros a socióloga Mônica Chaves Abdala, autora de Receita de mineiridade.
“Todo povo tem dois elementos que carrega consigo, que fazem parte da sua identidade: a comida e a língua. Todo mundo leva na bagagem cultural.” Em texto intercalado de receitas típicas, ela enriquece a bibliografia sobre comida e simbolismo. “Durante o meu curso de mestrado, coloquei a seguinte pergunta: por que o mineiro é tão associado à cozinha, ao bem receber">(foto: Túlio Santos/E.M/D.A Press)